sexta-feira, 2 de novembro de 2012

IGOR, "O PANDA"! SEGUE INVICTO NO ESTADO DO AMAZONAS!




Mais um momento especial em nossa academia. Mais uma reportagem a nos prestigiar, dessa vez, a TV Á Critica, filiada a Record, esteve conferindo nossas instalações e colhendo depoimentos de nossos atletas. Igor Miranda "O Panda", se prepara para a sua nova luta no Pantera, dessa vez garante trazer o cinturão para a casa. Igor aproveita o bom momento no inicio de sua carreira para incentivar novos jovens a sempre lutar por seus sonhos! A entrevista vai ao ar nesse sábado, dia 02 de outubro, as onze horas no canal 4, no programa Craque na TV. Confiram!


O professor Luiz Gomes, agradece ao Lúcio Lins e Afonso Lins pela iniciativa de apoiar o esporte no estado do Amazonas. Como todos já sabem, a Academia Nobre Arte localiza-se no bairro Ouro Verde em Manaus, é um projeto puramente social com objetivo de resgatar jovens da ociosidade, criminalidade, depressão e drogas. O professor Luiz Gomes já obteve resultados altamente positivos e satisfatórios, com jovens que não tinham visibilidade alguma de futuro, e hoje já focam os estudos e já almejam participar de campeonatos nacionais usando a arte nobre como um transporte para novas realizações.  Muitos jovens hoje na academia olham para trás e veem o quanto valeu a pena usar o boxe como ponte para acesso a melhores oportunidades e novas perceptivas de vida.






Hoje o projeto já recebe em média de cem alunos. A tendencia sempre é dobrar. Além de boxe, o projeto conta com Karatê Oyama, ministrado pelo conceituado professor Izenilton Silva e também tem Jiu-Jitsu, ministrado pelo campeão mundial professor Marcio Soares. Seu Luiz aposta em Igor Miranda, "O Panda", lutador que segue invicto em seu cartel de 14 lutas, nenhuma derrota. Igor foi treinado pelo professor Luiz Gomes e seu instrutor oficial e estudante de educação física Rodrigo. Igor Miranda pretende ser o campeão amazonense e treina dia e noite para o brasileirão que pode acontecer a qualquer momento. Pois tudo dependerá de um bom condicionamento físico e de patrocínio. Igor Panda, o campeão do Coroado - bairro de Manaus - assim como também é conhecido, foi mais um atleta salvo pelo boxe, pois poderia ser mais um jovem de mãos dadas com o tráfico de drogas e toda a criminalidade que circunda as periferias da capital amazônica. A sua história já foi relatada nesse mesmo blog, e continua para quem quiser dar uma conferida!


Igor Miranda "O Panda" e seu professor Luiz Gomes.

O professor Luiz Gomes acredita que o atleta tem que ganhar o mundo e manda sua opinião para muitos professores que pensa ao contrário: "Aqui é a penas um ponta-pé inicial para o atleta alcançar outros patamares, não sou do tipo de professor ciumento que prende aluno, porque investiu e tal... Isso não existe comigo, meu aluno é livre e o treino para o mundo. Quero que ele leve o meu nome para o mundo, não ficar restrito apenas aqui, quero que ele cresça como atleta e como ser humano".



O boxe hoje é muito procurado por causa do M.M.A. - artes maciais mistas. A arte nobre - assim como é conhecida no mundo - oferece eficiência em nocautear o adversário, principalmente pelos atletas da categoria pesada, pois um guincho ou cruzado ou jab direto bem colocado, manda o oponente para a lona sem precisar levar a luta a exaustão ou ao esgotamento físico. O pugilismo também proporciona excelente condicionamento físico, rápida perca de peso - pois trabalha todos os membros do corpo - ganho de massa muscular e resistência incomparável. 

Por André Gamma.

terça-feira, 10 de abril de 2012

ENCONTRO DE TITÃS NO PROJETO SOCIAL DE BOXE (texto e fotos: André Gamma)

CÁSSIO HUMBERTO, PAULO VITOR E MARIA MARRETA!

 
Olha só quem apareceu na Academia Nobre Arte, para dar aquela força pra garotada! Exemplos de perseverança e superação chegaram por volta do segundo horário no projeto social Academia de Boxe Nobre Arte, às 18 horas. 


Jovens de quase todos os cantos do bairro Coroado (Manaus-AM) foram prestigiar e bater um papo com o campeão brasileiro de boxe Cássio Humberto, e o campeão amazonense de M.M.A. (Mixed Martial Arts), Paulo Vitor, que ambos, com suas experiências de vitorias e determinações, passaram macetes e “bizus” para a juventude que está iniciando. Mas as dicas não eram apenas restritas a técnicas de combate físico, mas também ensinamentos para vida, como a humildade, a conduta e a dedicação em tudo que for fazer.


O prof. Luiz Gomes já havia sondado nosso campeão brasileiro Cássio Humberto(a esquerda na foto) – o maior destaque do boxe amazonense – para aparecer na academia e incentivar a garotada faminta por novos alicerceis. Já o campeão amazonense de M.M.A. Paulo Vitor(a direita na foto), faixa preta de jiu-jítsu, ex-detentor do cinturão Mr. Cage, treina boxe com o técnico Luiz Gomes para mais aperfeiçoamento na luta em pé, o Vitor também é pura inspiração para a garotada que almeja qualquer conquista no esporte e na vida.


Trouxe o Cássio Humberto e o Paulo Vitor, para servirem de espelho para esses meninos que ainda não sabem o que querem da vida, pra passar exemplos de superação e humildade.” Afirmou o prof. Luiz Gomes.

Cássio & Vitor confraternizam o bom momento e pousam para a foto na Academia Nobre Arte, lutadores veteranos e iniciantes lotaram a pequena garagem do técnico Luis Gomes para prestigiar os campeões.

CÁSSIO HUMBERTO, O MAIOR EXPOENTE DO BOXE AMAZONENSE! ELE ESTÁ DE VOLTA AOS RINGS!



Cássio Humberto que mergulhou no boxe com o objetivo de praticar um esporte para perder peso, possuía apenas 17 anos quando iniciou. O garoto grande, de 1.85 metros, trabalhava nos mercados livres da Manaus Moderna, mercado que margeia as águas escuras do rio Negro, e já exercitava suas habilidades descarregando cargas de estivas, verduras e frutas. “Eu também comercializava coco, já tinha a técnica de partir para tirar a água”. Revelou Cássio Humberto hoje com 28 anos. Um dos marcadores de lutas do pugilista foi o técnico Luis Gomes, “Eu conheço o Cássio desde a época que ele trabalhava com coco, e ele sempre foi essa pessoa simples e tranquila”, afirmou o prof. Luiz.


 Cássio, há 10 anos atrás, foi levado pelo pai ao projeto social de boxe, localizado na zona leste de Manaus. Assim que começou a treinar, foi detectado pelo prof. Pedro Nunes (conhecido como Ring Boxe) o seu talento nato, rapidez e técnica. “No começo eu era desengonçado... Travado... O seu Luiz junto com o seu Pedro foram me desentravando, me ensinando a golpear com técnica, me desviar dos golpes com rapidez...” disse Cássio, que está voltando a treinar. O ano de 2005 foi alucinante para o campeão Cássio Humberto, que disputou o brasileiro de boxe na capital do Pará, tornando-se vice-campeão brasileiro, perdendo por uma pequena diferença de pontos. 


E não tardou a sua fama correr por todo o Brasil, pois logo foi escalado para a seleção brasileira de boxe, ainda em 2005, “Lembro que fui pra Belém de barco, disputar o brasileiro... Fui com a cara e a coragem, e o dinheiro que tinha disponível de quem me ajudava... Sem patrocínio... Nada. Apenas com a ajuda dos amigos, treinadores e a equipe que me preparou.


Foi no ano de 2006 que Cássio Humberto finalmente sagrou-se campeão brasileiro em cima do carioca Marcão, tornando-se destaque em todo território nacional e o novo ídolo do boxe. Logo ele foi selecionado para ir a Cuba – a capital do boxe – onde passou dois meses participando das Olimpíadas Cubanas, “Foi uma das maiores experiências de minha vida, sempre fui louco pra conhecer Cuba, a “Roma” do boxe... Além disso, tive grandes experiências com o campeão Teófilo Estevenson... Eu treinei com ele, e isso pra mim foi um marco na minha carreira. Lá em Cuba o cara que pratica esporte é muito valorizado, bem diferente do Brasil, que valoriza mais os esportes que estão na mídia, com a intenção de faturar muito dinheiro.” 


Desabafa Cássio Humberto e acrescenta, relatando parte de sua experiencia no país que ainda resiste ao regime socialista, Cuba; 


Uma das coisas que fiquei impressionado em Cuba, foi a forma em que o povo vive, dentro de um regime político... A melhor comida é para o esporte... Em Cuba, o maior investimento é no esporte, saúde e educação... Isso tem lá, e de qualidade, dá um banho no Brasil... Mas o cara não pode comer um churrasco, por exemplo, tem que pedir permissão... O cara não pode crescer financeiramente, possuir um carro zero... Médico lá anda de bicicleta. Quem é do esporte, tem uma alimentação melhor... O povo também tem... Mas tem que enfrentar uma fila enorme pra comer! Mas a comida é de graça”(risos), confessou Cássio. A luta que mais marcou Cássio, foi na Bahia, contra o Minotouro, na final do campeonato brasileiro, por uma minima diferença de pontos, Cássio perdeu a luta. "Eu estava ganhando, no finalzinho, faltando dez segundos para terminar a luta, ele(Minotouro), passou dois pontos na minha frente".

PAULO VITOR, CAMPEÃO AMAZONENSE DE M.M.A. É HOJE UMA ATUAL REFERENCIA EM DEDICAÇÃO, TÉCNICA, SUPERAÇÃO E CARÁTER!




Paulo Vitor, faixa preta de jiu-jítsu, hoje com 26 anos e 87 quilos (categoria meio pesado), teve seu primeiro contato direto com as artes marciais na luta genuinamente afro-brasileira conhecida como capoeira. Aos 13 anos o garoto de tamanho avantajado criado na zona leste de Manaus, já demonstrava agilidade com golpes de pernas (chutes) e possuía reflexo invejável. Vitor revela: "Eu sempre gostei de artes marciais, desde de criança, tenho um pai faixa preta de karatê e fui criado nesse ambiente de artes marciais. Mas eu sempre busquei algo a mais, e com meus treze anos iniciei meus primeiros treinos de capoeira com o professor Saigon". Aos 14 anos de idade, Vitor apareceu na academia Clube Melvin Revilla (do conhecido mestre de jiu-jítsu Melvin Revilla), com o vocabulário dos bairros periféricos, temperamento agitado e desejando aprender o jiu-jítsu brasileiro, desenvolvido pela família Greice (que é o jiu-jítsu mais praticado no mundo). Hoje Vitor confessa: "Foi no jiu-jítsu que me identifiquei e mergulhei de cabeça, aperfeiçoando minha técnica com o passar dos anos".


Da Academia localizada na zona leste de Manaus, o próprio mestre falou de seu aluno mais dedicado, de sua chegada na academia, “O Vitor chegou aqui cheio de gírias e bordões pesados, era apenas um garoto de catorze anos... Talvez ele não tinha boas amizades no bairro em que morava. Ele não gostava de estudar, por exemplo... O interesse pelos estudos foi uma das características que incluí no Vitor. A sua postura intelectual também fui modificando aos poucos. A própria mãe dele que o trouxe aqui, ela mesma veio conversar comigo e pedir para lapidar o seu filho”, confessou o prof. Melvin Revilla, que já trabalha o seu aluno há quase 14 anos. 

Professor Melvin Revilla e seu aluno Paulo Vitor.

 Em 1999, inicio da virada do século, Paulo Vitor ganhou sua primeira luta, até então denominada Vale Tudo, "Foi a luta que mais me marcou, foi um combate "travadaço", de três rounds, bastante equilibrado, eu fui até o final... Foi muita trocação de golpes na luta em pé... Apliquei meu jiu-jitsú, meu muay thai... Já estávamos bastante fadigados, tanto eu, quanto o meu adversário... Saí de um triangulo muito forte, quase impossível de sair... Levei a luta até o final e venci. Foi nessa luta que descobri que tinha garra". Nesse combate foi detectado por seu mestre Melvin Revilla e por especialistas no assunto, talento nato e muita habilidade para, até então, futura arte marciais mistas – mais conhecida como o M.M.A. Hoje Paulo Vitor, especialista em finalizações, com dez lutas e apenas duas derrotas por pontos, confessa, “Meu mestre(Melvin) foi como um pai pra mim, aliás, é! Pois contribuiu totalmente para a minha formação de caráter... Ele foi a base de tudo, e não me preparou apenas para ganhar nos octógonos, me direcionou também à outros horizontes, como aos estudos, a formação intelectual e espiritual. Possuo espontânea lealdade ao meu mestre, o estimo bastante e pretendo levar sua filosofia aos meus futuros alunos”, relatou Paulo Vitor, hoje em ritmo alucinante, se dividindo entre os treinos e a formatura de enfermagem na ULBRA. 

Prof. Melvin Revilla e Paulo Vitor

Segundo o professor Melvin Revilla, o jiu-jítsu já foi mal visto pela sociedade, e deturpado como luta de play-boy, “Por isso que ensino a arte aliada com a formação intelectual, para que através do jiu-jítsu ou de qualquer arte marcial, formar um cidadão de bem, e não indivíduos agressivos e sem nenhuma concepção de bom-senso e caráter”, afirmou Melvin Revilla, que muito trabalhou para acabar com essa distorção negativa da filosofia “jiu-jítsu”. 


Paulo Vitor com a sua carisma conquistou muitos fãs e tão rápido se tornou um referencial para os jovens iniciantes nas artes mistas(M.M.A.), “Procurei treiná-lo e torná-lo forte naquilo que o Vitor mais se identificou, para que no octógono ele utilize suas artes marciais absorvidas nos treinamentos e afunile na que melhor sabe fazer, com o objetivo de finalizar o adversário.” Diz Melvin Revilla se referindo ao campeão amazonense e tri-campeão da copa Oswaldo Alves. 

 Paulo Vitor e o professor e técnico de boxe Luiz Gomes.

Por falta de patrocínio, Paulo Vitor escalado para disputar o mundial de jiu-jítsu nos EUA, lamentavelmente não levantou voou para a America do Norte, “A falta de apoio sempre foi e sempre será uma barreira no esporte amazonense... O Vitor com certeza traria medalha para nosso estado, e mais ainda, para o Brasil.” Confessa o professor e técnico de boxe, Luiz Gomes, que também treina Paulo Vitor para as próximas lutas.

 Paulo Vitor em treino

A VOLTA DE CÁSSIO HUMBERTO!

Cássio Humberto, que teve que sair do Amazonas e conseguir apoio em outros estados brasileiros, também lutou boxe na Republica Dominicana, lutou no prestigiado Campeonato “Batalha de Carabobo” na Venezuela e lutou em Porto Rico e na Argentina. Foi contratado para ser o lutador de boxe oficial do São Paulo F. C. e cotado para disputar as olimpíadas no Rio de Janeiro. Sua luta mais eletrizante foi contra o Minotouro, que por apenas dois pontos, perdeu a luta. 

Cássio Humberto com o prof. Luis Gomes.

Hoje Cássio Humberto com 68 lutas e apenas 7 derrotas, está voltando a treinar, “Uma das coisas que me desmotivou foi as “panelinhas” de confederações, as injustiças do esporte... Mas isso tem em todo lugar, e não será por isso que colocarei um ponto final em minha carreira... Estou treinando e vou retomar na mesma velocidade em que estava”



 Cássio Humberto e Maria Marreta, dois expoentes máximos do boxe amazonense, num raro encontro na Academia Nobre Arte.

O prof. Luiz Gomes salienta o descaso, “O problema é que nosso estado é lembrado apenas pela selva exuberante e o forte distrito industrial... Mas vale destacar que nosso estado é um nascedouro de lutadores de qualidade... Manaus é a cidade que mais fabrica novos talentos nas artes marciais... Olha ai o próprio Cássio Humberto, o Paulo Vitor, a Maria Marreta e agora o atual campeão e o orgulho amazonense José Aldo e o Luiz Marcio Soares no jiu-jítsu... Cada um moleque desse, da academia, pode ser um novo campeão. O governo poderia apoiar com mais dedicação, pois também é uma forte contribuição social, pois tira esses moleques das facilidades dos crimes e da marginalidade.” desabafou Luiz Gomes, que já fez vários lutadores de destaques e que hoje são cidadãos de bem, “É impressionante como o esporte tem o poder de modificar as pessoas para o bem, em todos os aspectos, a começar que o esporte não combina com as drogas” acrescentou o técnico Luis Gomes, fundador do projeto social.


DEDICAÇÃO!!!

O prof. Melvin Revilla destaca um dos pontos chaves da transição do Paulo Vitor para se transformar no lutador referencial da zona leste de Manaus: “Quando ficava sabendo que o Vitor esteve bêbado por ai em noitadas, que era até admissível para um jovem naquela idade, ele já sabia que iria levar bronca pesada quando se encontrasse comigo aqui na academia... Hoje ele é o exemplo para os alunos, ele é o reflexo de dedicação bem trabalhada com disciplina. Preparei o Vitor para ser um mestre. E um mestre tem que abrir mão de muitas coisas... Abrir mão das noites em claro, das baladas... Das bebidas alcoólicas, das más amizades, do cigarro e outros vícios que prejudicam a saúde... Tem que dormir cedo e cedo acordar. Um campeão sempre tem que focar um objetivo na mente e manter um ritmo, mirar um alvo, uma diretriz... Houve uma época, logo no início, depois de dois anos intensivo de treino, que o Vitor saturou do jiu-jitsú e esteve afastado... Eu notava que estava perdendo um grande atleta para um mundo profano que nada teria a acrescentar pra ele. E ele, por sua parte, estava desperdiçando o seu próprio futuro. Eu tentava trabalhar a mente dele, mas sentia ele meio escorregadio, sempre me evitando... Pois ele sabia que o assunto que eu tinha para tratar, não era sobre treino e nem novas técnicas, e sim sobre as atitudes destrutivas para si mesmo. Falei pra ele o que um pai falaria para um filho. Hoje observo atletas que há dez anos continuam atletas, mas, porém, estão estacionados no mesmo lugar. É preciso avançar, estudar, adquirir conhecimentos, visualizar outros horizontes... Pois o tempo escorre pelos dedos e é preciso ter afinco para o futuro”.

 Cássio & Paulo, boas conversas no encontro de campeões na Academia de Boxe Nobre Arte.

O campeão brasileiro Cássio Humberto é mais direto, “Um dia o cara fica velho. Lutador de boxe, jogador, nadador, corredor... Todo mundo fica velho! O cara não pode parar no tempo nunca... Tem que tá sempre se renovando, aprendendo coisas novas... Um lutador de boxe pode se transformar num grande técnico, como o seu Luis Gomes. Tem que ter um mínimo de conhecimento para administrar alguma coisa... Até mesmo um projeto social como esse... Se não o cara vai ser um puro sangue puxando carroça a vida inteira! Tem que ajudar o jovem que não vê perspectivas... Pois eu era um jovem sem futuro, que trabalhava na feira, até encontrar no boxe uma ponte para um novo mundo."  E o Cássio da a dica do preparo antes de uma luta, "Para uma luta o cara tem que estar sempre concentrado, qualquer coisa negativa desconcentra o cara para a luta, ele tem que estar de bem com Deus, tem que estar bem fisicamente e com a cabeça leve e livre de qualquer peso... Um lutador não pode ter problemas fora dos ringues, ele tem sempre que ser o exemplo, o exemplo de pai, de marido, de filho... Sempre o exemplo! Pois um campeão é visto como um herói pelas crianças.”

UMA SURPRESA, A CAMPEÃ BRASILEIRA DE BOXE MARIA MARRETA APARECEU NA ACADEMIA NOBRE ARTE! 

Para a alegria dos jovens pugilistas... Ela apreceu!

E olhe só quem chegou de surpresa... A veterana pugilista Maria Marreta, estava em um compromisso religioso nas proximidades do bairro Ouro Verde, e não deixou de marcar a sua forte presença e presentear todos os jovens iniciantes com um belo discurso ressaltando a historia de sua carreira. Foi realmente um encontro de titãs, três campeões juntos, transportando conhecimento e energia positiva para a garotada do projeto social de boxe Academia Nobre Arte.


 Todos os jovens queriam se aproximar dos ídolos e tirar fotos, fazer perguntas... Um rápido treino com Cássio, Marreta e Vitor, um treino inesquecível. “Fui campeã brasileira, disputei o mundial na Turquia, fiquei em sexto lugar, viajei o Brasil inteiro, ganhei muito dinheiro no boxe, fui um espelho pra nova geração do boxe feminino... Me faltou a humildade  e a aproximação com Deus... Antes de ir disputar o mundial em Tóquio, me envolvi numa briga e fraturei a mão... Entrei em uma profunda depressão e nunca mais quis saber de boxe... Fui ao fundo do poço! Mas hoje sou outra mulher, me recuperei e estou bem comigo mesma e pretendo voltar a treinar.” confessou Maria Marreta, o maior destaque feminino do boxe amazonense.

 Treino coletivo com campeões na Nobre Arte

 O professor Luis Gomes se lembrou do inicio da carreira de Maria Marreta, “Mediei muitas lutas dela, ela tinha um cruzado muito potente, era rápida e avançava sem medo para cima da adversária, ela venceu lutas com mulheres enormes na Turquia, lembro quando ela começou, ela era bem franzina e tão rápida se transformou em uma marreta de bater” (risos).


SE APRIMORANDO NO BOXE!

Paulo, Prof.Melvin e Prof.Luiz Gomes

Paulo Vitor se prepara para a próxima luta, que pode ser a qualquer momento, e além de aprimorar ainda mais o seu forte jiu-jítsu, tem canalizado o trabalho de punhos com o boxe, e simultaneamente ao pugilismo, vem aperfeiçoando o seu poderoso muay thai “pretendo fortalecer a luta solta com estrategia, abalar o adversário na luta em cima, aplicando golpes e os colocando no ponto certo para nocautear”, afirma Paulo Vitor, que está entre os melhores lutadores da região norte do Brasil. A qualidade estratégica de Paulo Vitor somado a sua envergadura e ao seu jogo de luta em cima, sempre fez diferença superior nos octógonos. Das lutas que venceu, todas foram por finalização, "uma das qualidades que adquiri, até como especialidade, foi a finalização, característica do meu jiu-jitsú, mas quando não dá pra finalizar, levo a luta até o fim, trabalhando e aplicando a minha estratégia", afirmou Vitor. O técnico de boxe Luis Gomes apóia Paulo Vitor e acredita em mais vitórias, “O Paulo Vitor é um excelente lutador, ele é extremamente estratégico e calculista, tem muita qualidade tanto em cima como no chão, estou aprimorando ainda mais o seu boxe, pois um golpe bem acertado pode nocautear o adversário sem precisar ir para o chão ou levar à luta a exaustão”.


O campeão Cássio Humberto destaca que no combate, um golpe bem colocado pode facilmente decidir uma luta, independente de técnicas e dias e dias de treino,

Cássio & Paulo

A luta entre pesos pesados ou meio pesados, geralmente é definida antes do fim, ou da contagem por pontos, pois uma porrada bem encaixada, o cara apaga e vai pro chão. Acabou! As vezes o cara pode estar até melhor preparado, mas o golpe certo, um guincho ou um cruzadão doido no pé d´ouvido, já era o adversário, o cara acaba com a luta” enfatizou Cássio Humberto, campeão brasileiro de boxe.

 Prof. Luis & Paulo

 Paulo Vitor se prepara fisicamente para a luta, buscando novas agilidades e o jogo de corpo que só o boxe proporciona, “Estou junto com o Melvin, treinando o Vitor, ele é muito talentoso, tem muita qualidade... Preciso deixá-lo mais ágil ainda, o exercício de pular cordas oferece resistência e jogo corporal, ele está se saindo muito bem e é inspiração para a garotada daqui da academia.” ressalta o técnico de boxe Luis Gomes.

Em treino constante

Toda arte que for necessária e somatória no octógono, Paulo Vitor almeja adquirir, e mesmo depois de uma risada, relata sua observação “pois vejam, o campeão Anderson Silva até balé fez para aprimorar o seu desempenho no octógono, talvez é o perfeito equilíbrio que só o balé pode proporcionar, não to dizendo que vou fazer balé (risos), pois sou meio desajeitado para a dança, mas como o Anderson Silva, pretendo absorver todas as técnicas e experiências que venham somar e completar meu conteúdo nas artes marciais mistas”. finalizou Paulo Vitor.


Por André Gamma / Fotos: André Gamma





ENTREVISTA COM PAULO VITOR



segunda-feira, 19 de março de 2012

PROJETO RESGATANDO VIDAS ATRAVÉS DO BOXE (texto e fotos: André Gamma)



Eu estava procurando alguma emoção, atividade ou qualquer esporte para preencher o horário da noite. Ou driblar o tédio urbano dos dias semanais. Minha esposa disse que conhecia uma academia de boxe nas proximidades. Acelerei a motocicleta em direção a suposta rua. Na esquina havia uma academia de karate. Achei que a Danielle se enganou. “Não é boxe, é karate”. Eu fiz karate em minha infância por mais de três anos. Mas haviam me dito que boxe perde muito peso, e esse era nosso objetivo: perder peso! Parei a moto e perguntei a um aluno do karate: boa noite, ouvi dizer que tem uma academia de boxe por aqui, onde é? O garoto com o quimono aberto e a faixa laranja nas mãos, apontou: é logo ali na frente! Era oito da noite. A academia é improvisada na garagem. Pensei em ir embora para não incomodar... Pois estava tudo fechado. Combinei com a Danielle voltar no dia seguinte para saber quanto era a matricula. Mas, persistente, a Danielle mandou desligar a moto... Desceu e chamou “ô de casa”. Apareceu um rapazote... Perguntamos: é ai que treinam boxe? O rapazote mexeu a cabeça positivamente e chamou o seu pai. Apareceu um senhor... Com muita educação pediu para aguardar. O jovem senhor desceu as escadas, abriu a grade da garagem e nos convidou a entrar... Pegou duas cadeiras... E foi objetivo informando os horários das aulas, das 16 horas as 18 e das 18 as 20 horas. Perguntamos ansiosos quanto era a mensalidade. A resposta foi quase lacônica: não é nada. Só a presença.


 Seu Luiz Gomes(no meio da foto), 45 anos, conhecido veterano do boxe amazonense, hoje trabalha resgatando jovens da ociosidade e criminalidade através do esporte. Eu logo imaginei, com minha ideia egoísta, que todo mundo faz benefícios por vaidade, com objetivo de sempre conseguir algo em troca. Descobri que por trás da atitude de Luiz Gomes, existe o amor ao BOXE e sua filosofia, e o espírito em par com Deus.Não quero esse negocio de ONG, de política, de entidade filantrópica, de conseguir coisas para meu beneficio... Às vezes as pessoas se aproveitam disso! Desconfia dessas coisas de ONG, filantropia... Tenho o meu compromisso com o Senhor, tenho uma missão, a ajuda gratuita ao próximo, com o amor incondicional ao boxe. Me sinto realizado quando consigo resgatar um jovem da criminalidade, dos vícios... Faço dele um vencedor. Mostro que é possível levar a filosofia do boxe para a vida lá fora! Faço por amor.” Afirma seu Luiz, explicando que o BOXE é uma arte nobre, aliado a saúde, superação e paz de espírito.

Um exemplo é o aluno Igor Miranda de 24 anos(foto acima), morador do bairro Ouro Verde, que treina na academia Nobre Arte há mais de um ano, e hoje já é até instrutor. Igor é como muitos jovens que entraram na Academia Nobre Arte, um ex-viciado em drogas e que vivia cometendo pequenos delitos. Igor descobriu em tempo recorde que vivendo se autodestruindo e criando desafetos, logo perderia a sua vida. Procurou uma porta através do esporte, flertando com o jiu-jitsu. Não se encontrando na arte marcial de origem indiana e aprimoramento no Japão, que exige força e técnica, procurou o Projeto Resgatando Vidas aliado ao pugilismo. “O Igor Miranda chegou aqui na academia meio perdido, com a fisionomia deprimida, com o comportamento agressivo, alterado... Comecei a trabalhar a mente dele. Notava em seu olhar que ele queria dar as mãos para ser ajudado, ele desejava uma nova vida. Hoje ele trabalha, é um cara disciplinado, ajuda a sua mãe e ainda me ajuda na academia”. Disse Luiz Gomes, professor de boxe e fundador do Projeto Resgatando Vidas através do Boxe.


Eu pesava 90 kls, comia muito pela ociosidade e consumia muita bebida alcoólica, vivia sem preparo físico e cansado... Só dava problemas em casa, já não tinha comunicação legal nem com minha mãe... Foi quando notei que estava me acabando, perdendo as pessoas que me amavam, e que logo algo de muito ruim poderia acontecer comigo. Um dia, dentro de uma ressaca pesada, abri os olhos encarando o céu azul, parecia que eu via Deus... Comecei a trabalhar e imediatamente procurei um esporte. Me encontrei no boxe. Seu Luiz conversava comigo... Ele me salvou! Foi atrás de mim. Me valorizou como um ser - humano. Eu tenho ele como um pai!”. Relatou Igor, que está na foto acima e na foto abaixo treinando Bruna Amorim. 

Seu Luiz hoje tem quase cem alunos, suportado em um minúsculo espaço físico pouco maior que um quarto, improvisado na garagem de sua residência. “Hoje precisamos de um espaço maior, com urgência. Tudo aqui é de orçamento próprio, material de treino, apoio financeiro... Não temos ajuda de ninguém... Só do Senhor. Não tenho condições financeiras de investir, mas conseguimos com o pouco que temos trazer jovens perdidos para o esporte”.  O professor Luiz Gomes muitas vezes vai à casa dos adolescentes, conversar com os pais, saber das notas escolares, da conduta dentro de casa e das possíveis melhorias. “Se o aluno faltar muito, sou capaz de ligar, ir atrás, me preocupo... Sei que cada um tem o seu talento, um sonho, o seu futuro dentro de si. É preciso descobrir esse talento, é preciso dar oportunidades para desviar jovens da criminalidade, criando oportunidades, novas perspectivas...” Declarou seu Luiz. 

Bruna, também aluna e Igor(esquerda) hoje são grandes promessas de futuro do boxe amazonense, o Igor ajuda seu Luiz Gomes na academia instruindo e muitas vezes o substituindo quando necessário. “Com o boxe, ganhei um admirável preparo físico, ganhei massa muscular muito rápido, perdi peso também muito rápido, em poucos meses perdi vinte quilos! Hoje sou outra pessoa, aprendi a me expressar melhor, virei um homem, não sou mais um moleque vagabundo, virei exemplo para meus irmãos, hoje sou um cara mais família! Trabalho com laje pré-moldada, tenho uma profissão, e a tranqüilidade na cabeça, que é a coisa melhor do mundo.” Desabafou Igor Miranda. 

A Academia Nobre Arte não só é constituída de ex-viciados em drogas, mas de jovens de diversas culturas que procura ocupar a mente e ganhar saúde e o vigor físico através do esporte. “Sempre converso com meus alunos, sempre tem uma merenda aqui na academia... Além do treino, no final, tem a merenda... É um pão com refrigerante, ou kikão, ou frutas... O que o curto orçamento der a gente inventa. É nessa hora que converso com o intimo de meus alunos. Sempre incentivo eles a estudar! A lutar como um louco pelos seus objetivos”. Confessa Luiz Gomes. Na Nobre Arte tem alunos que vem de bairros mais distantes do Ouro Verde, localizado dentro do bairro Coroado... Eles vêm até caminhando. Ou correndo para embalar os exercícios físicos ministrados na academia. “O Boxe mexe com o corpo inteiro, o cara tá sempre mexendo a barriga, pernas... Braços... Pulando... Fazendo movimentos ágeis para se livrar dos golpes... A perca de peso é muito rápida, e a divisão corporal também. Outra coisa interessante é que o boxe deixa o cara inteligente, pois não só a força que faz diferença, é mais a técnica e a inteligência para derrotar o adversário, a mente no Box é muito importante”. Diz Igor Miranda que perdeu 20 kls, comendo de tudo!

UM TRAUMA ME LEVOU AO BOXE!


Bruna Amorim 19 anos, estava de férias, caminhando na praia do futuro, Fortaleza – CE. Repentinamente foi abordada por quatro bandidos. Ela, desesperada, tentou correr... Mas foi alcançada e derrubada nas areias da praia e posteriormente agredida covardemente. Esse episódio em sua vida lhe roubou algumas noites de sono, pois quando conseguia dormir, tinha pesadelos. Após as agressões Bruna mergulhou em profunda depressão. A indignação e a revolta se instalaram dentro de Bruna. Ao chegar a Manaus – AM, cidade em que mora, procurou expulsar esse sentimento estranho, esse medo... Através de alguma luta marcial. Não se encontrando na luta livre, preferiu o Boxe. 

Eu sentia revolta, pois fui agredida de forma covarde. Sei que muitas mulheres passam por agressões... Mas é impossível esquecer. Tentei conviver com esse trauma. Mas preferi aliviar o trauma, batendo, dando golpes... Pois sentia medo constante e isso me fazia muito mal.” Desabafa Bruna Amorim. “Escolhi o boxe para expulsar isso pra fora de mim... Eu sabia que estava muito agressiva. Sempre em combate, eu fechava os olhos e via esses caras me batendo, então minha agressividade triplicava e eu me desconcentrava na luta.” Confessa Bruna. Seu Luiz Gomes, percebendo sua agressividade, logo tratou de saber mais sobre Bruna Amorim. “Trabalho a Bruna para não levar a violência urbana sofrida por ela, pra dentro do boxe. O boxe não pode virar uma causa pessoal, o boxe é para curar, para levantar a auto-estima... Num assalto por bandidos, aconselho nunca reagir, pois não existe pessoa a prova de bala ou de faca. Tem sempre que prevalecer a prudência.” Aconselhou o prof. Luiz. Mas para Bruna o que era uma válvula de escape, se transformou em uma paixão. O boxe começou a fazer parte de sua vida instantaneamente. Bruna está ganhando técnica e adquirindo força nos golpes, além de modelar seu corpo. O prof. Luiz Gomes já a coloca em sua lista de futuros talentos do boxe.


Eu andava depressiva, confesso que encontrei no boxe uma ponte para a cura de meus medos e traumas. Ganhei condicionamento físico e agilidade. Conheci novas pessoas e comecei a me dedicar com disciplina aos treinamentos.” Afirmou Bruna, que mora no bairro São José, em Manaus, e chegou a frequentar outra academia de boxe, mas encontrou o equilíbrio perfeito entre a mente trabalhada e a técnica eficaz na academia Nobre Arte. Hoje Bruna está melhor e voltou a viver a vida, sair a noite, superando o trauma e a depressão.

Por André Gamma. 


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ENTREVISTANDO O PROF. LUIZ GOMES. Por Danielle Souza.


 Danielle Souza: Há quanto tempo você é relacionado com o boxe?

Luiz Gomes: Há mais de vinte anos.


Danielle Souza: Você trabalha com o que?


Luiz Gomes: Trabalho com material reciclado, na Tumpex. Faço a colheita... E incentivo todo mundo a separar material reciclável, a natureza agradece!

Danielle Souza: Há quanto tempo existe o projeto resgatando vidas através do boxe?

Luiz Gomes: Há cinco anos, mas há dois anos que o projeto está na ativa.

Danielle Souza: O que te motivou a fazer o projeto gratuito?

LG: Nunca pensei em cobrar, eu tenho outra filosofia. Não se fica rico dando aulas de boxe. Tenho meu emprego e também não ganho muito para investir numa academia estruturada. Dou aula de graça por amor, é isso que me alimenta... Faço porque gosto! Quando se faz algo com amor, não se pensa em dinheiro. Os resultados são conseqüência de um bom trabalho. O boxe ainda é a luta mais popular do mundo. Pode estar em baixa, devido a popularidade das lutas livres. Mas isso é temporário. Pois o boxe é o pai de todas as lutas no mundo ocidental. O boxe surgiu na Grécia e foi aprimorado pelos ingleses... E sempre foi um esporte de objetivo social. Essa é a filosofia do boxe. Se sempre for cobrar dinheiro, nunca teremos campeões.

DS: Porque se for cobrar nunca teremos campeões?

LG: Você acha que os grandes campeões de boxe pagaram matricula em alguma academia? Não! Geralmente eles eram jovens pobres, carentes, com problemas familiares, outros com vícios... Que encontrava no boxe uma alternativa para ser alguém na vida. E muitos se tornaram estrelas do esporte.

DS: O intuito do projeto é esse?

LG: Sim! Quantos campeões estão perdidos por ai, jogados nas ruas, cheirando cola... Quantos desses poderiam ser um campeão, ou até mesmo um médico ou professor. O problema é que oportunidades é difícil.

DS: Você tem dificuldades em manter um projeto gratuito?

LG: Sim! Muita dificuldade. Sou assalariado. Faço pelo amadorismo. Tudo é do meu próprio bolso. Mas é difícil... A força de vontade faz a gente tirar leite de pedra. A começar pelo espaço físico... Aqui como você vê, é uma garagem, e é muito pequena, apertada para suportar quarenta alunos por horário. Hoje temos em media 90 alunos. A tendência é dobrar o numero de alunos! A maioria deles eram jovens entregues as tentações da marginalidade... Outros não. Treinamos com o material que eu guardava... Que já estão precários. Não temos luvas novas, protetores, sacos, piso adequado... Treinamos no cimento cru. O espaço está cada vez mais impossível de treinar... Pois a cada semana entram jovens querendo treinar e o espaço físico vai diminuindo.

DS: Já apareceu político querendo ajudar?

LG: Não! Mas sei que o político quer votos... Quer algo em troca. Podemos sim negociar... Apoiar. É uma troca! Nós não temos apoio de nada. Apenas a vontade e a coragem. Na precariedade que o projeto se encontra, qualquer ajuda sempre será bem vinda. Pois a academia necessita de estrutura. E é um projeto puramente social, sem fins lucrativos, e sempre será! Mas não espero isso, de um político aparecer... Prometer... Independente de político ou não, a ajuda será agradecida. Pois será possível resgatar mais jovens do mundo das drogas.

DS: Hoje o que mais faz falta no projeto?

LG: Precisamos de um espaço... Pode ser emprestado... Um espaço que de repente esteja abandonado e poderá se transformar em vida. Nós trabalhamos com muitos jovens problemáticos... Então precisaríamos de psicóloga, assistente social, nutricionista... Não sei se estou sonhando alto, mas eu sou apenas professor de boxe, faço o que posso para mudar a vida desses jovens... Faço o possível e o impossível para direcionar esses jovens para o bem. Mas concorde que a presença de profissionais diante jovens que deram as mãos para sair da criminalidade, é bem melhor. Pois o difícil são eles estenderem as mãos para serem ajudados, querer ser ajudados... Os que estão aqui já é um grande avanço, pois esses querem alguma coisa. O boxe é a ponte para algo melhor!

DS: Alguns jovens que entram na academia saem e voltam as drogas?

LG: Infelizmente sim! Justamente pela falta de um apoio social mais adequado... Eu trabalho com a palavra de Deus, ofereço o boxe como uma porta para o jovem sair das drogas, converso com eles, trabalho a mente deles, prego a palavra do Senhor, faço visitas, vou nas suas residências, entro em lugares perigosos para ir na casa desses jovens, conversar com os pais deles... Muitos nem pai ou mãe tem. Muitos desses jovens às vezes não têm ninguém por eles, só a criminalidade convidando eles... A criminalidade bem ali na porta deles.

DS: Você já tem destaques e exemplos de jovens pugilistas que já tiveram contato com a marginalidade?

LG: Lógico, quase todos eles! Graças a Deus estão aos poucos se transformando, através do boxe se incluindo na sociedade como verdadeiros cidadãos de bem! O Igor Miranda é um exemplo... Tem a Denise, grande atleta, o Rodrigo que também é nosso destaque e é meu instrutor oficial... E muitos outros que aos poucos irão entrando no nosso blog. Temos alunos que já estão lutando na federação e se destacando... Tem muitos futuros pugilistas de qualidade aqui na academia.

DS: E a idéia do blog? Como surgiu?

LG: Ah! Foi idéia do André Gamma, um escritor também amador... E também blogueiro! (risos!) Ele virou nosso aluno, quer perder peso... Ele idealizou o blog que é um portal de informações. Ele vai administrar o blog. Aqui toda semana terá informações, vídeos das lutas, noticias...

DS: Quais são as suas referencias no boxe?

LG: Gostei muito do mexicano Julio Cezar Chaves. Foi um grande pugilista! Bastante técnico e preciso nos golpes. Foram mais de cem lutas, apenas três derrotas, quando ele já estava com seus quarenta anos.

DS: Pra finalizar, mande uma mensagem de otimismo para os jovens que estão na marginalidade.

LG: Sempre digo isso aos meus alunos... É uma frase de Coríntios, da bíblia, que diz assim: o atleta em tudo se domina!


DS: E o contato? Como faz para entrar em contato, e onde fica a academia?


LG: A academia fica no bairro Ouro Verde, no Coroado, próximo ao terminal de ônibus... O contato é (92) 8233-5003 ou por email boxe.nobrearte@gmail.com .

Danielle Souza é blogueira e esposa do Gamma.

CULTURA ESPORTIVA


E falando nele... Chavez! Pega esse cruzado...

Julio César Chávez (Ciudad Obregón, Sonora, 12 de julho de 1962) é um ex-boxeador mexicano.
Foi campeão mundial em três diferentes categorias, ficando invicto até 1994, após 90 lutas.
É considerado um dos melhores pugilistas de todos os tempos, contando com várias indicações como boxeador do ano pelo Conselho Mundial de Boxe (CMB), outorgada pela prestigiada revista The Ring. Ganhou cinco títulos mundiais em diferentes categorias e tem um cartel de 107 lutas, com 102 vitórias, 2 empates e 3 derrotas..


Fonte de pesquisa: Wikipédia.