terça-feira, 10 de abril de 2012

ENCONTRO DE TITÃS NO PROJETO SOCIAL DE BOXE (texto e fotos: André Gamma)

CÁSSIO HUMBERTO, PAULO VITOR E MARIA MARRETA!

 
Olha só quem apareceu na Academia Nobre Arte, para dar aquela força pra garotada! Exemplos de perseverança e superação chegaram por volta do segundo horário no projeto social Academia de Boxe Nobre Arte, às 18 horas. 


Jovens de quase todos os cantos do bairro Coroado (Manaus-AM) foram prestigiar e bater um papo com o campeão brasileiro de boxe Cássio Humberto, e o campeão amazonense de M.M.A. (Mixed Martial Arts), Paulo Vitor, que ambos, com suas experiências de vitorias e determinações, passaram macetes e “bizus” para a juventude que está iniciando. Mas as dicas não eram apenas restritas a técnicas de combate físico, mas também ensinamentos para vida, como a humildade, a conduta e a dedicação em tudo que for fazer.


O prof. Luiz Gomes já havia sondado nosso campeão brasileiro Cássio Humberto(a esquerda na foto) – o maior destaque do boxe amazonense – para aparecer na academia e incentivar a garotada faminta por novos alicerceis. Já o campeão amazonense de M.M.A. Paulo Vitor(a direita na foto), faixa preta de jiu-jítsu, ex-detentor do cinturão Mr. Cage, treina boxe com o técnico Luiz Gomes para mais aperfeiçoamento na luta em pé, o Vitor também é pura inspiração para a garotada que almeja qualquer conquista no esporte e na vida.


Trouxe o Cássio Humberto e o Paulo Vitor, para servirem de espelho para esses meninos que ainda não sabem o que querem da vida, pra passar exemplos de superação e humildade.” Afirmou o prof. Luiz Gomes.

Cássio & Vitor confraternizam o bom momento e pousam para a foto na Academia Nobre Arte, lutadores veteranos e iniciantes lotaram a pequena garagem do técnico Luis Gomes para prestigiar os campeões.

CÁSSIO HUMBERTO, O MAIOR EXPOENTE DO BOXE AMAZONENSE! ELE ESTÁ DE VOLTA AOS RINGS!



Cássio Humberto que mergulhou no boxe com o objetivo de praticar um esporte para perder peso, possuía apenas 17 anos quando iniciou. O garoto grande, de 1.85 metros, trabalhava nos mercados livres da Manaus Moderna, mercado que margeia as águas escuras do rio Negro, e já exercitava suas habilidades descarregando cargas de estivas, verduras e frutas. “Eu também comercializava coco, já tinha a técnica de partir para tirar a água”. Revelou Cássio Humberto hoje com 28 anos. Um dos marcadores de lutas do pugilista foi o técnico Luis Gomes, “Eu conheço o Cássio desde a época que ele trabalhava com coco, e ele sempre foi essa pessoa simples e tranquila”, afirmou o prof. Luiz.


 Cássio, há 10 anos atrás, foi levado pelo pai ao projeto social de boxe, localizado na zona leste de Manaus. Assim que começou a treinar, foi detectado pelo prof. Pedro Nunes (conhecido como Ring Boxe) o seu talento nato, rapidez e técnica. “No começo eu era desengonçado... Travado... O seu Luiz junto com o seu Pedro foram me desentravando, me ensinando a golpear com técnica, me desviar dos golpes com rapidez...” disse Cássio, que está voltando a treinar. O ano de 2005 foi alucinante para o campeão Cássio Humberto, que disputou o brasileiro de boxe na capital do Pará, tornando-se vice-campeão brasileiro, perdendo por uma pequena diferença de pontos. 


E não tardou a sua fama correr por todo o Brasil, pois logo foi escalado para a seleção brasileira de boxe, ainda em 2005, “Lembro que fui pra Belém de barco, disputar o brasileiro... Fui com a cara e a coragem, e o dinheiro que tinha disponível de quem me ajudava... Sem patrocínio... Nada. Apenas com a ajuda dos amigos, treinadores e a equipe que me preparou.


Foi no ano de 2006 que Cássio Humberto finalmente sagrou-se campeão brasileiro em cima do carioca Marcão, tornando-se destaque em todo território nacional e o novo ídolo do boxe. Logo ele foi selecionado para ir a Cuba – a capital do boxe – onde passou dois meses participando das Olimpíadas Cubanas, “Foi uma das maiores experiências de minha vida, sempre fui louco pra conhecer Cuba, a “Roma” do boxe... Além disso, tive grandes experiências com o campeão Teófilo Estevenson... Eu treinei com ele, e isso pra mim foi um marco na minha carreira. Lá em Cuba o cara que pratica esporte é muito valorizado, bem diferente do Brasil, que valoriza mais os esportes que estão na mídia, com a intenção de faturar muito dinheiro.” 


Desabafa Cássio Humberto e acrescenta, relatando parte de sua experiencia no país que ainda resiste ao regime socialista, Cuba; 


Uma das coisas que fiquei impressionado em Cuba, foi a forma em que o povo vive, dentro de um regime político... A melhor comida é para o esporte... Em Cuba, o maior investimento é no esporte, saúde e educação... Isso tem lá, e de qualidade, dá um banho no Brasil... Mas o cara não pode comer um churrasco, por exemplo, tem que pedir permissão... O cara não pode crescer financeiramente, possuir um carro zero... Médico lá anda de bicicleta. Quem é do esporte, tem uma alimentação melhor... O povo também tem... Mas tem que enfrentar uma fila enorme pra comer! Mas a comida é de graça”(risos), confessou Cássio. A luta que mais marcou Cássio, foi na Bahia, contra o Minotouro, na final do campeonato brasileiro, por uma minima diferença de pontos, Cássio perdeu a luta. "Eu estava ganhando, no finalzinho, faltando dez segundos para terminar a luta, ele(Minotouro), passou dois pontos na minha frente".

PAULO VITOR, CAMPEÃO AMAZONENSE DE M.M.A. É HOJE UMA ATUAL REFERENCIA EM DEDICAÇÃO, TÉCNICA, SUPERAÇÃO E CARÁTER!




Paulo Vitor, faixa preta de jiu-jítsu, hoje com 26 anos e 87 quilos (categoria meio pesado), teve seu primeiro contato direto com as artes marciais na luta genuinamente afro-brasileira conhecida como capoeira. Aos 13 anos o garoto de tamanho avantajado criado na zona leste de Manaus, já demonstrava agilidade com golpes de pernas (chutes) e possuía reflexo invejável. Vitor revela: "Eu sempre gostei de artes marciais, desde de criança, tenho um pai faixa preta de karatê e fui criado nesse ambiente de artes marciais. Mas eu sempre busquei algo a mais, e com meus treze anos iniciei meus primeiros treinos de capoeira com o professor Saigon". Aos 14 anos de idade, Vitor apareceu na academia Clube Melvin Revilla (do conhecido mestre de jiu-jítsu Melvin Revilla), com o vocabulário dos bairros periféricos, temperamento agitado e desejando aprender o jiu-jítsu brasileiro, desenvolvido pela família Greice (que é o jiu-jítsu mais praticado no mundo). Hoje Vitor confessa: "Foi no jiu-jítsu que me identifiquei e mergulhei de cabeça, aperfeiçoando minha técnica com o passar dos anos".


Da Academia localizada na zona leste de Manaus, o próprio mestre falou de seu aluno mais dedicado, de sua chegada na academia, “O Vitor chegou aqui cheio de gírias e bordões pesados, era apenas um garoto de catorze anos... Talvez ele não tinha boas amizades no bairro em que morava. Ele não gostava de estudar, por exemplo... O interesse pelos estudos foi uma das características que incluí no Vitor. A sua postura intelectual também fui modificando aos poucos. A própria mãe dele que o trouxe aqui, ela mesma veio conversar comigo e pedir para lapidar o seu filho”, confessou o prof. Melvin Revilla, que já trabalha o seu aluno há quase 14 anos. 

Professor Melvin Revilla e seu aluno Paulo Vitor.

 Em 1999, inicio da virada do século, Paulo Vitor ganhou sua primeira luta, até então denominada Vale Tudo, "Foi a luta que mais me marcou, foi um combate "travadaço", de três rounds, bastante equilibrado, eu fui até o final... Foi muita trocação de golpes na luta em pé... Apliquei meu jiu-jitsú, meu muay thai... Já estávamos bastante fadigados, tanto eu, quanto o meu adversário... Saí de um triangulo muito forte, quase impossível de sair... Levei a luta até o final e venci. Foi nessa luta que descobri que tinha garra". Nesse combate foi detectado por seu mestre Melvin Revilla e por especialistas no assunto, talento nato e muita habilidade para, até então, futura arte marciais mistas – mais conhecida como o M.M.A. Hoje Paulo Vitor, especialista em finalizações, com dez lutas e apenas duas derrotas por pontos, confessa, “Meu mestre(Melvin) foi como um pai pra mim, aliás, é! Pois contribuiu totalmente para a minha formação de caráter... Ele foi a base de tudo, e não me preparou apenas para ganhar nos octógonos, me direcionou também à outros horizontes, como aos estudos, a formação intelectual e espiritual. Possuo espontânea lealdade ao meu mestre, o estimo bastante e pretendo levar sua filosofia aos meus futuros alunos”, relatou Paulo Vitor, hoje em ritmo alucinante, se dividindo entre os treinos e a formatura de enfermagem na ULBRA. 

Prof. Melvin Revilla e Paulo Vitor

Segundo o professor Melvin Revilla, o jiu-jítsu já foi mal visto pela sociedade, e deturpado como luta de play-boy, “Por isso que ensino a arte aliada com a formação intelectual, para que através do jiu-jítsu ou de qualquer arte marcial, formar um cidadão de bem, e não indivíduos agressivos e sem nenhuma concepção de bom-senso e caráter”, afirmou Melvin Revilla, que muito trabalhou para acabar com essa distorção negativa da filosofia “jiu-jítsu”. 


Paulo Vitor com a sua carisma conquistou muitos fãs e tão rápido se tornou um referencial para os jovens iniciantes nas artes mistas(M.M.A.), “Procurei treiná-lo e torná-lo forte naquilo que o Vitor mais se identificou, para que no octógono ele utilize suas artes marciais absorvidas nos treinamentos e afunile na que melhor sabe fazer, com o objetivo de finalizar o adversário.” Diz Melvin Revilla se referindo ao campeão amazonense e tri-campeão da copa Oswaldo Alves. 

 Paulo Vitor e o professor e técnico de boxe Luiz Gomes.

Por falta de patrocínio, Paulo Vitor escalado para disputar o mundial de jiu-jítsu nos EUA, lamentavelmente não levantou voou para a America do Norte, “A falta de apoio sempre foi e sempre será uma barreira no esporte amazonense... O Vitor com certeza traria medalha para nosso estado, e mais ainda, para o Brasil.” Confessa o professor e técnico de boxe, Luiz Gomes, que também treina Paulo Vitor para as próximas lutas.

 Paulo Vitor em treino

A VOLTA DE CÁSSIO HUMBERTO!

Cássio Humberto, que teve que sair do Amazonas e conseguir apoio em outros estados brasileiros, também lutou boxe na Republica Dominicana, lutou no prestigiado Campeonato “Batalha de Carabobo” na Venezuela e lutou em Porto Rico e na Argentina. Foi contratado para ser o lutador de boxe oficial do São Paulo F. C. e cotado para disputar as olimpíadas no Rio de Janeiro. Sua luta mais eletrizante foi contra o Minotouro, que por apenas dois pontos, perdeu a luta. 

Cássio Humberto com o prof. Luis Gomes.

Hoje Cássio Humberto com 68 lutas e apenas 7 derrotas, está voltando a treinar, “Uma das coisas que me desmotivou foi as “panelinhas” de confederações, as injustiças do esporte... Mas isso tem em todo lugar, e não será por isso que colocarei um ponto final em minha carreira... Estou treinando e vou retomar na mesma velocidade em que estava”



 Cássio Humberto e Maria Marreta, dois expoentes máximos do boxe amazonense, num raro encontro na Academia Nobre Arte.

O prof. Luiz Gomes salienta o descaso, “O problema é que nosso estado é lembrado apenas pela selva exuberante e o forte distrito industrial... Mas vale destacar que nosso estado é um nascedouro de lutadores de qualidade... Manaus é a cidade que mais fabrica novos talentos nas artes marciais... Olha ai o próprio Cássio Humberto, o Paulo Vitor, a Maria Marreta e agora o atual campeão e o orgulho amazonense José Aldo e o Luiz Marcio Soares no jiu-jítsu... Cada um moleque desse, da academia, pode ser um novo campeão. O governo poderia apoiar com mais dedicação, pois também é uma forte contribuição social, pois tira esses moleques das facilidades dos crimes e da marginalidade.” desabafou Luiz Gomes, que já fez vários lutadores de destaques e que hoje são cidadãos de bem, “É impressionante como o esporte tem o poder de modificar as pessoas para o bem, em todos os aspectos, a começar que o esporte não combina com as drogas” acrescentou o técnico Luis Gomes, fundador do projeto social.


DEDICAÇÃO!!!

O prof. Melvin Revilla destaca um dos pontos chaves da transição do Paulo Vitor para se transformar no lutador referencial da zona leste de Manaus: “Quando ficava sabendo que o Vitor esteve bêbado por ai em noitadas, que era até admissível para um jovem naquela idade, ele já sabia que iria levar bronca pesada quando se encontrasse comigo aqui na academia... Hoje ele é o exemplo para os alunos, ele é o reflexo de dedicação bem trabalhada com disciplina. Preparei o Vitor para ser um mestre. E um mestre tem que abrir mão de muitas coisas... Abrir mão das noites em claro, das baladas... Das bebidas alcoólicas, das más amizades, do cigarro e outros vícios que prejudicam a saúde... Tem que dormir cedo e cedo acordar. Um campeão sempre tem que focar um objetivo na mente e manter um ritmo, mirar um alvo, uma diretriz... Houve uma época, logo no início, depois de dois anos intensivo de treino, que o Vitor saturou do jiu-jitsú e esteve afastado... Eu notava que estava perdendo um grande atleta para um mundo profano que nada teria a acrescentar pra ele. E ele, por sua parte, estava desperdiçando o seu próprio futuro. Eu tentava trabalhar a mente dele, mas sentia ele meio escorregadio, sempre me evitando... Pois ele sabia que o assunto que eu tinha para tratar, não era sobre treino e nem novas técnicas, e sim sobre as atitudes destrutivas para si mesmo. Falei pra ele o que um pai falaria para um filho. Hoje observo atletas que há dez anos continuam atletas, mas, porém, estão estacionados no mesmo lugar. É preciso avançar, estudar, adquirir conhecimentos, visualizar outros horizontes... Pois o tempo escorre pelos dedos e é preciso ter afinco para o futuro”.

 Cássio & Paulo, boas conversas no encontro de campeões na Academia de Boxe Nobre Arte.

O campeão brasileiro Cássio Humberto é mais direto, “Um dia o cara fica velho. Lutador de boxe, jogador, nadador, corredor... Todo mundo fica velho! O cara não pode parar no tempo nunca... Tem que tá sempre se renovando, aprendendo coisas novas... Um lutador de boxe pode se transformar num grande técnico, como o seu Luis Gomes. Tem que ter um mínimo de conhecimento para administrar alguma coisa... Até mesmo um projeto social como esse... Se não o cara vai ser um puro sangue puxando carroça a vida inteira! Tem que ajudar o jovem que não vê perspectivas... Pois eu era um jovem sem futuro, que trabalhava na feira, até encontrar no boxe uma ponte para um novo mundo."  E o Cássio da a dica do preparo antes de uma luta, "Para uma luta o cara tem que estar sempre concentrado, qualquer coisa negativa desconcentra o cara para a luta, ele tem que estar de bem com Deus, tem que estar bem fisicamente e com a cabeça leve e livre de qualquer peso... Um lutador não pode ter problemas fora dos ringues, ele tem sempre que ser o exemplo, o exemplo de pai, de marido, de filho... Sempre o exemplo! Pois um campeão é visto como um herói pelas crianças.”

UMA SURPRESA, A CAMPEÃ BRASILEIRA DE BOXE MARIA MARRETA APARECEU NA ACADEMIA NOBRE ARTE! 

Para a alegria dos jovens pugilistas... Ela apreceu!

E olhe só quem chegou de surpresa... A veterana pugilista Maria Marreta, estava em um compromisso religioso nas proximidades do bairro Ouro Verde, e não deixou de marcar a sua forte presença e presentear todos os jovens iniciantes com um belo discurso ressaltando a historia de sua carreira. Foi realmente um encontro de titãs, três campeões juntos, transportando conhecimento e energia positiva para a garotada do projeto social de boxe Academia Nobre Arte.


 Todos os jovens queriam se aproximar dos ídolos e tirar fotos, fazer perguntas... Um rápido treino com Cássio, Marreta e Vitor, um treino inesquecível. “Fui campeã brasileira, disputei o mundial na Turquia, fiquei em sexto lugar, viajei o Brasil inteiro, ganhei muito dinheiro no boxe, fui um espelho pra nova geração do boxe feminino... Me faltou a humildade  e a aproximação com Deus... Antes de ir disputar o mundial em Tóquio, me envolvi numa briga e fraturei a mão... Entrei em uma profunda depressão e nunca mais quis saber de boxe... Fui ao fundo do poço! Mas hoje sou outra mulher, me recuperei e estou bem comigo mesma e pretendo voltar a treinar.” confessou Maria Marreta, o maior destaque feminino do boxe amazonense.

 Treino coletivo com campeões na Nobre Arte

 O professor Luis Gomes se lembrou do inicio da carreira de Maria Marreta, “Mediei muitas lutas dela, ela tinha um cruzado muito potente, era rápida e avançava sem medo para cima da adversária, ela venceu lutas com mulheres enormes na Turquia, lembro quando ela começou, ela era bem franzina e tão rápida se transformou em uma marreta de bater” (risos).


SE APRIMORANDO NO BOXE!

Paulo, Prof.Melvin e Prof.Luiz Gomes

Paulo Vitor se prepara para a próxima luta, que pode ser a qualquer momento, e além de aprimorar ainda mais o seu forte jiu-jítsu, tem canalizado o trabalho de punhos com o boxe, e simultaneamente ao pugilismo, vem aperfeiçoando o seu poderoso muay thai “pretendo fortalecer a luta solta com estrategia, abalar o adversário na luta em cima, aplicando golpes e os colocando no ponto certo para nocautear”, afirma Paulo Vitor, que está entre os melhores lutadores da região norte do Brasil. A qualidade estratégica de Paulo Vitor somado a sua envergadura e ao seu jogo de luta em cima, sempre fez diferença superior nos octógonos. Das lutas que venceu, todas foram por finalização, "uma das qualidades que adquiri, até como especialidade, foi a finalização, característica do meu jiu-jitsú, mas quando não dá pra finalizar, levo a luta até o fim, trabalhando e aplicando a minha estratégia", afirmou Vitor. O técnico de boxe Luis Gomes apóia Paulo Vitor e acredita em mais vitórias, “O Paulo Vitor é um excelente lutador, ele é extremamente estratégico e calculista, tem muita qualidade tanto em cima como no chão, estou aprimorando ainda mais o seu boxe, pois um golpe bem acertado pode nocautear o adversário sem precisar ir para o chão ou levar à luta a exaustão”.


O campeão Cássio Humberto destaca que no combate, um golpe bem colocado pode facilmente decidir uma luta, independente de técnicas e dias e dias de treino,

Cássio & Paulo

A luta entre pesos pesados ou meio pesados, geralmente é definida antes do fim, ou da contagem por pontos, pois uma porrada bem encaixada, o cara apaga e vai pro chão. Acabou! As vezes o cara pode estar até melhor preparado, mas o golpe certo, um guincho ou um cruzadão doido no pé d´ouvido, já era o adversário, o cara acaba com a luta” enfatizou Cássio Humberto, campeão brasileiro de boxe.

 Prof. Luis & Paulo

 Paulo Vitor se prepara fisicamente para a luta, buscando novas agilidades e o jogo de corpo que só o boxe proporciona, “Estou junto com o Melvin, treinando o Vitor, ele é muito talentoso, tem muita qualidade... Preciso deixá-lo mais ágil ainda, o exercício de pular cordas oferece resistência e jogo corporal, ele está se saindo muito bem e é inspiração para a garotada daqui da academia.” ressalta o técnico de boxe Luis Gomes.

Em treino constante

Toda arte que for necessária e somatória no octógono, Paulo Vitor almeja adquirir, e mesmo depois de uma risada, relata sua observação “pois vejam, o campeão Anderson Silva até balé fez para aprimorar o seu desempenho no octógono, talvez é o perfeito equilíbrio que só o balé pode proporcionar, não to dizendo que vou fazer balé (risos), pois sou meio desajeitado para a dança, mas como o Anderson Silva, pretendo absorver todas as técnicas e experiências que venham somar e completar meu conteúdo nas artes marciais mistas”. finalizou Paulo Vitor.


Por André Gamma / Fotos: André Gamma





ENTREVISTA COM PAULO VITOR